quarta-feira, 27 de julho de 2011

TENTAÇÃO E TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS


por Jens Federico Weskott - jweskott@uol.com.br

O mistério da crucificação. 
O termo para pender é li que tem como raiz odiar, detestar, estar com raiva, invejar; é um sinal que o eu básico fica zangado e o eu médio poluído quando emoções o influenciam. Refere-se também ao mal que espíritos - quando obtém poder - fazem ao homem. A coroa de espinhos é citada em João 19.1-5; espinho é kaka -laioa = açoitar, alusão ao flagelo (ha-hau) que no código possui um significado oculto de acumular mana. A raiz hau significa neve ou gelo. O mana, cujo símbolo é água, aqui é congelado de modo que não pode ir ao Eu Superior através do fio aka - uma descrição clara da senda bloqueada de Jesus. A raiz (termo para espinho) significa calar-se e confirma que a prece não podia chegar a ter sucesso. 

Jesus morreu na cruz entre dois ladrões. O código para ladrão é ai-hue = roubar comida; simboliza os maus espíritos que invadem sua vítima e roubam parte de seu mana. Sua presença indica o bloqueio da senda que sinaliza a catástrofe de Jesus. Um espírito ou ladrão se arrepende de seu ato; isso mostra que às vezes maus espíritos podem - quando convertidos - deixar sua vítima. 

O termo para morte é mak, tem um dos seus significados de desejo e outro certo, justo, adequado. Para Jesus, sua morte não foi o fim, senão só uma demora no seu crescimento espiritual: um desejo natural de todo ser humano, tanto faz o nível de desenvolvimento atingido. Jesus foi colocado numa sepultura, how ilina; a raiz how quer dizer preparação para uma nova encarnação após da morte. Ilina também é esticar, estender uma corda ou fio, o símbolo Huna para o cordão de sombra, neste caso para ser usada noutra vida.

A grande pedra tirada da sepultura simboliza as pedras de tropeço que não podiam ser afastadas da cruz, mas, sim, antes de outra encarnação, que Jesus começaria puro. Os maus espíritos deixavam o corpo da vítima e procuravam outro para tirar mana. Ressurreição quer dizer ala hou ana, abrir o caminho de novo. A fim de entender melhor o drama da crucificação e o porquê de Jesus ficar possesso, cabe voltar ao início da paixão. Em João 17. 1-5 contém informações valiosas. Jesus fala a seus discípulos, olha ao o céu e reza: 

'Pai, os tempos são chegados, aperfeiçoe seu filho para que ele possa glorificá-lo; pois Vos deu-lhe poder sobre toda humanidade de modo que possam alcançar a vida eterna. A vida eterna é isto: obter conhecimento de Vós, único e verdadeiro Deus, e o messias que Vos enviastes. Eu Vos exaltei sobre a Terra completando o trabalho que Vós me confiastes. Agora, Pai, me restaure a honra que tinha convosco antes da existência do mundo'.

Aqui não só fica claro que Jesus, o homem comum, pede por ajuda na sua hora final, mas também se gabando de suas realizações ante seus discípulos. Esta vaidade também se reflete na prece para os seus discípulos e para todos os crentes. É bastante chocante qualificar a atitude de Jesus de gabar-se. Faz tempo, a doutrina exterior da Igreja insinua que Jesus é Deus - um membro da trindade - e por tanto perfeito desde o início; mas se um sacerdote usa hoje tais palavras, seria logo estigmatizado como zelote por achar-se melhor que os demais. Na boca de Jesus, essas palavras apenas são toleráveis se ele é visto como homem que atingiu a perfeição, um Deus e um membro da trindade.

No drama de seu malogro e de sua crucificação, Jesus dirige-se a um ponto culminante, e, no fim, o céu se abre e Ele está sentado à direita do Pai. No início da história, Jesus era ainda moderado e atribuía todas suas obras ao Pai. Depois se identificou com o servo de Deus de Isaías; pouco antes de seu fim, estava tão convencido de si que ousava enfrentar tanto os líderes religiosos quanto os políticos. Quase no fim, após ser traído, começou a duvidar que o dia do Juízo Final fosse salvá-lo e o alçaria ao céu.

Se o código da traição é bem interpretado por Max Long, o orgulho espiritual predispôs Jesus a sofrer ataques de maus espíritos. Lhe imploram orgulho, que na sua vida também era o pecado deles. No início de sua missão, Jesus ensinou: o Reino de Deus está dentro de vós. Pelo fim da vida enviara os setenta para pregar o Evangelho; prometeu-lhes que o dia do Juízo Final os premiaria amplamente. Prova desta atitude esta em Mr 14.61-62:

'Mas ele ficou calado e não deu nenhuma resposta. O sumo sacerdote começou de novo a interrogá-lo e disse-lhe:´És tu o Cristo, o Filho do Bendito? Jesus disse, então: 'Sou, e vós vereis o Filho do homem sentado à destra de poder e vindo com as nuvens do céu'. Ao iniciar seu ensino, Jesus tinha condenado aqueles judeus que davam esmolas demais e, em orações publicas, louvavam-se de sua honradez. No fim, não tinha mais esmolas a dar, mas seu orgulho e suas preces aos discípulos eram aquilo que antes condenava. 

Após cair o telão na última cena do drama, tudo parece estar perdido. O homem que dizia ser um com o Pai estava possesso por maus espíritos que bloqueavam sua senda. Sua fraqueza era presunção, o pecado capital no mais alto nível espiritual. Seu desejo de gozar dos frutos de seu trabalho o abateu. Seu último passo deveria ter sido renunciar a toda idéia de 'meu' e de 'mim', mas não se contentara com isso. Continuava querendo sentar, honrado, à direita do Pai, segundo contam os Evangelhos e o código. Mas, suas expectativas frustraram-se. Passo a passo a tragédia crescia. O céu não se abriu, o Juízo Final não aconteceu. Jesus foi crucificado. E, na cruz, o homem que fez milagres, pediu ajuda ao Pai. Como suas preces na foram ouvidas, padeceu de uma morte dolorosa.

O que significa tudo isso? Com certeza: Jesus - um homem com os três eus (básico, médio e Superior) não foi obrigado pelo mais alto Deus a sacrificar sua vida como um resgate para a Humanidade. O 'Filho' é apenas o homem menor e tem evidentemente o dever de enviar mana ao Eu Superior. O código não deixa espaço à outra interpretação. 

Isso permite rever com atraso um dos piores e mais flagrantes erros do Cristianismo.
O raivoso e sanguinário Jeová do judaísmo antigo é deixado de lado para a volta do Pai amoroso que evidentemente não é o Deus superior, senão sempre o Pai, o Eu Superior cujo amor nunca vacila. 

Iniciados e todos os conhecedores do código horrorizam-se com a idéia de a cruz ser só um símbolo da salvação como ensina a Igreja. É simplesmente cruel adorar o emblema de um ser humano sofredor e moribundo. Este costume se torna ainda mais repugnante ao compreender que o drama não termina com a crucificação - fez apenas uma pausa.

Talvez algum dia a cruz desaparecerá e será substituída; em seu lugar será reverenciado um símbolo do Eu Superior. Poderia ser um sol como no antigo Egito, ou também uma vela singela num altar despretensioso.

Condensado de Max Freedom Long A doutrina secreta de Jesus

http://www.stum.com.br/clube/c.asp?id=27115

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